Vivas... Imaginem o que é apanhar um voo em hong kong às 00.30 do dia 15, viajar 13 horas para Londres, esperar 12 horas no aeroporto e, por fim, apanhar um avião de 2.30h para o Porto... Cheguei às 21.45. O que é curioso é que tive 26.30h de viagem e parti e cheguei no dia 15... São os fusos horários a confundir-nos...! Embora esteja a escrever este mail às 3 da manhã, o meu corpo está acordado como se fossem 10... Apesar de ter jantado há pouco, na realidade, tomei o pequeno almoço... Amanhã isto vai ao sítio. Isto e muitas outras coisas na vida que uma viagem destas propociona a serem pensadas... Todo o meu ano e meio de emprego e a experiência que foi trabalhar foi pensado. O trabalho na livraria era uma coisa que não só me dava prazer fazer, como era o meu equilíbrio. Foi algo que eu falava sempre com orgulho aos meus amigos e família. Era o local onde eu não só trabalhava, mas também ia por lazer, ficava mais tempo porque gostava, me ajudava a organizar a vida, a regulá-la e a estruturar todas as coisas que eu considerava importantes. Era o local ideal para por o meu talento, inteligência, dinâmica e gosto por fazer as coisas em prática. E foi o que procurei sempre fazer. Nesse sentido, foi sempre positivo trabalhar. Vesti a camisola, deixei lá a pele e estou feliz por sentir isso. Não me importo nada ter sido despedido ou que algumas pessoas nunca procurassem entender o meu gosto pelas coisas. Na realidade, foi um favor que me fizeram, pois ali eu sei (hoje sei...) que nunca poderia ser mais do que aquilo que mereço. E agora, estou livre para o ser. E o meu talento e gosto pelas coisas vai ser posto a render noutro lado. Concerteza com outro tipo de experiência, com um renovar de vontade para mudar as coisas. As pessoas genuínas como eu e que procuram sempre a verdade e dizer as coisas na cara, são sempre as mais sacrificadas. São sempre as que criam mais problemas, porque olham à sua volta e observam a injustiça onde estão metidas. E tentam mudá-las. Mas o mundo não é dos jovens. O mundo é menos feliz, porque não os ouve. Porque acha que tudo o que é convenção e costume é o que está certo. Olho em meu redor e infelizmente acho que muitos jovens como eu já pensam como o mundo pensa. E isso põe-me triste. Depois de andar na Ásia e perceber que há crianças que trabalham para sobreviver, que há crianças que vendem pulseiras e sabem meia dúzia de frases em inglês para levarem o pouco que ganham aos pais, que uma família no laos vive com 1 dólar por semana, o que é que eu posso dizer ou pensar?? Vou me revoltar contra o quê? Acho que já nada me revolta neste país... Para quê? Andamos nós aqui, pequeninos e cada vez mais pequenos, num buraco, a discutir merdiçes que não interessam nada, e andam meninos descalços na rua que nunca beberam água potável na vida no outro lado da terra... Concluindo, já tenho um plano de vida para os próximos meses. Estou tranquilo quanto ao sucesso deste plano, pois foi algo que pensei muito. Não tenho medo nenhum de obstáculos que possam surgir, pois o que interessa é o objectivo final. O meu plano inicial (como a maioria sabe ou devia saber) era trabalhar na livraria enquanto estivesse a estudar. A empresa onde eu trabalhei não deixou por em prática este plano. Mas isso em nada afecta a minha perspectiva em relação ao que vou fazer daqui para a frente... Posso dizer que tive algumas propostas para continuar a trabalhar imediatamente após ter sido dispensado, o que me deixa satisfeito. No entanto, só penso em trabalho daqui a 2 meses e meio - tempo que vou dedicar ao que me falta nos estudos. Vou andar entre o Porto e Coimbra. Vou a Lisboa, também. Depois do canudo, vamos ver o que é que as propostas são. Uma coisa é dizerem-me "manda o currículo", outra coisa é ouvir o que têm para oferecer. É que ganhar o que eu ganhava e trabalhar o que trabalhava, começou, a certa altura, a não ser minimamente proporcional ou justo. Portanto, não esperando eu em Portugal receber fortunas, espero neste campo ser mais feliz. O canudo é importante e vai-me dar outro poder, assim espero... Venha o que vier, a minha prioridade é trabalhar com livros. É, sem margem de dúvidas, a minha paixão. Não me vejo a vender porcas, parafusos ou tijolos... Há quem considere que é tudo a mesma coisa, o que importa é o lucro. Para mim não, o que importa é o prazer com que se encara uma profissão. Portanto, espero que o meu futuro emprego seja um prazer. Seja ele onde for. Se tiver que ser a vender porcas e parafusos, então que seja - desde que isso represente uma coisa que eu goste verdadeiramente... Vejo cada vez mais a necessidade de ir trabalhar para outro sítio. Talvez Lisboa, talvez sair do país. Como sou novo, é provável que trabalhe e arranje um tempo para continuar a estudar. O curso de direito está quase, mas ainda me vejo a fazer outras coisas. Vamos ver se me ilumino quanto ao que fazer. Mas estou confiante. E é tudo. Foi um prazer grande partilhar convosco algumas sagas do que foi a Ásia. A pedido de alguns, fica já uma promessa: a de vir a escrever um blogue com estas e outras experiências. Algo que vai ser o meu espaço e que eu espero que alguns de vós acompanhem. Em breve anunciarei e arrancarei com o projecto. Abraços, beijos e até breve. Rodrigo
Sunday, May 17, 2009
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